segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O inesquecível 27 de Janeiro

 Lourdes Dill, coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança
Sim! O inesquecível 27 de janeiro de 2013, jamais apagar-se-á em nossas memórias e na memória de Santa Maria, do Brasil e do mundo inteiro.
Aquele dia, naquela hora, aquele espaço, aquela madrugada, aquele contexto., aquela tragédia não se apagará jamais em nossa memória e muito menos na memória dos pais, familiares, sobreviventes, amigos mais próximos, apoiadores das famílias atingidas. Uma tragédia desta natureza que ceifou a vida prematura de 242 jovens na sua tenra idade, cheios de vida, sonhos, utopias, planos de um futuro promissor, para o qual haviam se preparado, com tanta dedicação, esmero e eficiência, com o apoio de seus pais, familiares, professores e amigos.
Ao completar um ano, o inesquecível 27 de janeiro, gostaria de fazer desfilar em nossa memória: a dor e a lembrança dos pais de cada um de seus filhos que se foram. As Celebrações do Dia dos Pais, Dia das Mães, dias de Formação com Palestrantes especiais, o atendimento dos profissionais da Saúde especialmente dos Psicólogos, Médicos e Enfermeiros, o trabalho exaustivo da Polícia Civil, Brigada Militar, dos Taxistas, Seguranças, Gestores Públicos, Corpo de Bombeiros, Ministério Público e demais órgãos da Justiça, trabalho da Imprensa escrita, falada e televisionada.
O papel das Igrejas, especialmente as Celebrações Mensais de cada dia 27, preparados com carinho e atenção entre os familiares e representantes das Igrejas Cristãs, com participação Ecumênica, os espaços da UFSM e da UNIFRA, os visitantes da Tenda da Praça, local da vigília de 242 dias, os músicos que contribuíram tanto para a reanimação, os voluntários de todos os tipos e de todas as horas, os doadores de sangue, de alimentos, água, passagens, remédios e outros apoios. Um reconhecimento muito especial ao Deus da Vida, que conforta os pais em todas as horas e nos momentos de dor, saudade vem fortalecendo a sua Esperança e a Fé gigantesca que os pais cultivam a cada dia.
O amor e a dor são rimas e sentimentos que se casam. “Apesar do amor não necessitar da dor, para sobreviver, mas a dor precisa do amor para poder morrer”.
Porém, as pegadas do amor são rastreadas pelo sofrimento. Foi naquela madrugada de domingo, quando tudo parecia tão tranqüilo, na noite de 27 de janeiro, noite festiva para os jovens, que estavam comemorando as suas conquistas, quando tudo aconteceu marcado pela luta histórica desta tragédia inesquecível.
Sim! Os 242 jovens partiram para a Casa do Pai. “Deixaram muito de si e levaram muito de nós”. Dos muitos Poemas e textos escritos se destaca especialmente o Poema de Ceura Fernandes, que merece ser lido e refletido neste dia. Na ausência dos jovens, ficou a saudade, que dói fisicamente em todos nós, mas temos certeza de que eles estão bem e estão com Deus na Casa do Pai, onde há muitas Moradas. Agora, resta-nos rezar por eles, pedir a sua intercessão e clamar por Justiça. Que a Justiça humana, em todos os níveis seja iluminada pela Justiça Divina, para fazer julgamentos justos, honestos, verdadeiros e juntos queremos dizer: ReViva Santa Maria. Queremos inspirar-nos na sábia frase de Jesus: “A Verdade vos Libertará”.
Que a Verdade, a Justiça e a Solidariedade sejam as principais virtudes daqueles que deverão julgar os fatos e encaminhar as soluções para este trágico acontecimento, que jamais se apagará na história de Santa Maria.
Na maior dor humana, a morte se torna Vida Plena em Deus. Esta é a nossa certeza junto com os 242 jovens, cuja memória permanece viva no meio de nós para sempre.
Fonte: Jornal A Razão- Santa Maria