quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Reserva Nativa Salvador Lamberty

Ontem, os alunos da 8ª série e os Agentes Escolares de Saúde da Escola, acompanhados pela Diretora Izabel, a Coordenadora do Programa A União Faz a Vida, Maria Lúcia e pelas professoras Diana e  Fabiane, visitaram a  Reserva  Nativa, onde  foram bem recebidos pelo proprietário, Salvador Lamberty. Os alunos e professores ficaram maravilhados com o lugar.
Muito obrigado por nos receber em sua casa e proporcionar momentos agradáveis, e que contribuíram muito para o aprendizado e valorização de questões relacionadas à saúde e ao meio ambiente.


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Nativo guardião

Propriedade fica no interior de São Francisco de Assis


Em 1984, o compositor nativista e escritor Salvador Lamberty plantou em sua propriedade, no interior de São Francisco de Assis, uma muda de cambará, árvore nativa do norte do Brasil. De forma tímida, começou então a pesquisar plantas exóticas e a colecioná-las. O passatempo foi tomando grandes proporções ao longo do tempo, e hoje Lamberty reúne mais de 400 espécies de árvores raras, exóticas e nativas.


Autor de mais de 2 mil letras nativistas e de seis livros – entre eles, o consagrado ABC do Tradicionalismo Gaúcho –, Lamberty já foi vencedor de diversos festivais nativistas. Mas no cantinho de 10 hectares no interior de São Francisco, ele assume o papel de um homem simples, que faz questão de plantar e podar as árvores.



Na propriedade às margens do Rio Jaguari, Lamberty tem espécies raras, como abiu piloso, pinheiro-da-Austrália, macadâmia, jatobá, melão-de-São-Caetano, jimbo-rosa-de-cacho, cambuci, guabiroba-verde-da-Amazônia, pitaia-da-Colômbia (que, na verdade, veio do México), aracá-do-Peru, castanheira portuguesa, entre tantas outras.



O compositor tem o requinte de ter no seu “quintal” frutas de cores que a maioria das pessoas não está acostumada a ver, como a laranja-melancia, a pitanga amarela e a jaboticaba branca, além de algumas raridades, como o umê, do Japão, e o mangostão, nativo do sudeste da Ásia.



As sementes das espécies da Reserva Nativa Salvador Lamberty são de países como Itália, Israel, Portugal, Espanha, Sri Lanka, Madagascar, Japão e Austrália. Além disso, muitas vieram de amigos do sudeste e do norte do país.



Considerada a única coleção de árvores exóticas da Região Sul, a reserva de Lamberty não envolve comercialização nem lucro. Para ele, o importante é a preservação. As sementes, por exemplo, não são vendidas, mas trocadas ou doadas.



– Acredito que todas as pessoas trazem uma missão consigo. A minha, tenho certeza, é cuidar da natureza. Acho que existiam todas as cores primárias em flores e frutas, e os homens as extinguiram – diz Lamberty, que conta ter essa vocação desde criança.



Ao mesmo tempo em que se doa, o dono das terras também é retribuído pela reserva nativa. Ele tem a oportunidade de comer todos os tipos de frutas. Os visitantes também são bem recebidos. É difícil sair da reserva sem experimentar um suco diferente, que pode ser, por exemplo, de melancia amarela.



UFSM – Na década passada, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) “descobriu” a propriedade de Lamberty, que passou a servir de aula prática para muitos alunos. Em troca, ele começou a receber muitas sementes da UFSM.



A propriedade rural de Lamberty tem, no total, 200 hectares, onde ele também planta e cria animais, sempre com o olhar na preservação.



– Via de regra, o produtor rural costuma enxugar os seus mananciais de água. Aqui, abri dois miniaçudes para coletar a água da chuva, que vem regularmente para a gente. O que acontece é que nós não estamos preparados para recebê-la – ensina Lamberty.



LUIZ ROESE