domingo, 21 de julho de 2013

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Por Agnes Patias - Psicóloga

Falar deste sentimento chamado AMOR é um tanto estranho devido à complexidade e tamanha dificuldade em conceituá-lo, pois além de envolver inúmeras emoções, influencia comportamentos e move a nossa existência humana.   
Vimos atualmente, rupturas muito evidentes nas relações amorosas que permeiam as questões de gênero. Há um certo imediatismo em suprir faltas internas, como se o outro pudesse assumir a possibilidade de completude. Ao tomarmos o outro como garantia para a nossa felicidade, poderemos nos tornar mais vulneráveis frente ao sofrimento além de não mais desejar, buscar, experimentar, sorver, sonhar, condições estas básicas para nos manter vivos, sem preencher nossos vazios existenciais.       
A relação vai depender de como os parceiros irão elaborar as expectativas e diferenças entre os dois, respeitando as singularidades e limitações do outro. O amor será favorecido ou não conforme as vivências afetivas, as relações pessoais, a personalidade de cada sujeito e o que este considera como significativo em sua vida.
Se tomarmos o outro como nosso objeto de posse, submetendo-o, também estaremos fadados ao fracasso e aí o amor passa a assumir um processo de total anulação, com a perda da identidade própria.
Ideias tecnológicas de idealizações e consumismo desenfreado multiplicam-se com seus apelos midiáticos e recorrentes, transformando os homens em seres frustrados e impotentes para lidar com as faltas. Porém este sentimento não pode ser medido, quantificado, aprisionado. Amor sente-se, extrai-se da essência humana, conquista-se por ações e modos de ser, obtêm-se pelo olhar, pelos gestos de solidariedade, de respeito, de humanidade e pela possibilidade de incompletude.   
Um pouco mais de amor, por favor! O mundo está a precisar deste sentimento povoado de maior acolhimento, entusiasmo, envolvimento e vínculos afetivos a fim de resgatá-lo em sua forma mais pura na simplicidade, na essência, nos diferentes modos de produções de vida. Felizes os que conhecem o amor, pois deixam de ter explicação lógica perante a racionalidade.                 
Portanto, para que entender, se podemos apenas e tão somente sentir.

“Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós”.
                                                                   Clarice Lispector