quarta-feira, 18 de setembro de 2013

rel ATIV iz ANDO VALORES

        

 por Agnes Patias - psicóloga
  
Obervar o que se imagina IN comum parece algo um tanto trivial, num mundo permeado por tantas atrocidades, que acometem a raça humana. 
O sistema capitalista, de modo ilusório, impõe como verdade o gozo absoluto que explora o ser humano, tornando-o servo deste processo imediatista de desejos e de satisfações que alienam, provocando muitas vezes o adoecimento, a submissão e a docilização de corpos.
Permutar bens materiais em troca da desenfreada busca pela felicidade é um dos pilares da contemporaneidade, como se os sentimentos pudessem ser adquiridos através do vil metal, numa espécie de banalização dos nossos sentires.
Quem ou o que incorporou a prática de que produzimos a tal felicidade através de fontes externas, se as inquietudes capazes de promovê-la encontram-se internamente, em nosso ser.  
Quando o dinheiro sobrepõe-se aos sentimentos humanos, o poder ilusório legitima-se, assumindo a liderança da nossa vida, numa condição de onipotência.
Busca-se a felicidade plena por todos os cantos, utopicamente. Por quais caminhos precisaríamos transitar para absorvê-la por instantes?
A sociedade capitalista tenta constantemente abarcar o público mais vulnerável, com suas sedutoras propostas e ofertas de produtos que expõem possibilidades de consumo imediato na obtenção de mais prazer e com isso mascarar as mazelas existentes, tornando-as menos invasivas, insensíveis ao enfrentamento.
A angústia, por mais necessária que seja, em excesso trava , paralisa e impede o desenvolvimento saudável do homem que busca o prazer a qualquer custo.

A vida social produz necessidades irreais, sem prioridades, levianas, tornando-nos reféns desse processo de busca, como uma forma de aliviar a existência que se faz vazia de significados.
Percebe-se que a maioria que detém o poder econômico e político, ignora a dimensão dos processos éticos, em prol da troca de favores pré acordados, dos conchaves , dos roubos implícitos de caráter e valores que há tempo se diluem ,dos dinheiros públicos escondidos nas cuecas, nas meias, nas golas do paletó, da impunidade,uma barbárie que não dá conta de tanta intimidade e sedução do homem pelo poder que se apresenta.
A felicidade, esta estranha e desejada potência de vida, estaria vinculada a relações de forças onde o dinheiro como forma de poder detém todos os direitos do ser humano? Que forma de REconhecimento seria essa, para adquirir maior visibilidade?

Precisamos ativar o nosso desassossego, para então, quebrar estas lógicas e perceber ao menos as manipulações, jogos e entraves que estão a se perpetuar no sistema que se apresenta, autorizando-nos a sentir na fluidez da vida as bonitezas em outras formas de subjetivação.